28 maio, 2009

Encantos do Rio Lima


Por esse Portugal fora fico cada vez mais fascinada com os bonitos e bem preservados centros históricos existentes no nosso país. Em mais uma viagem foi a vez de visitar Ponte de Lima, que surpreende, certamente, a todos pela positiva!






Saindo pela Alameda dos Plátanos, em direcção ao centro histórico da cidade, passa-se, primeiramente, pela Capela de Nossa Senhora da Guia. O seu interior é visível das pequenas janelas gradeadas, à entrada. 



Mais à frente, observa-se a Igreja de S. Francisco dos Terceiros e a extinta Igreja de Santo António dos Frades, transformada em Museu dos Terceiros, com uma colecção de Arte Sacra.





Seguindo depois, atravessando a Alameda dos Plátanos, chega-se ao centro histórico, visita-se, primeiro, o lado de lá da margem, atravessando a Ponte Romana/Medieval sobre o Rio Lima. Do outro lado aguarda-nos um outro centro histórico (no Largo da Alegria) que nos deleita com a Igreja de Santo António da Torre Velha e com a Capela do Anjo da Guarda com uma soberba vista sobre o Rio Lima e sobre o centro histórico de Ponte de Lima.














Nesta margem do rio, situa-se, também, o Jardim do Arnado, que com os seus jardins temáticos, serve de apoio à Praia do Arnado.





Atravessando de novo a Ponte espera-nos um deslumbrante passeio.

Para recuperar forças, nada como tomar uma refeição num dos diversos restaurantes à beira-rio ou tomar algo nas esplanadas do Largo de Camões com vista para o antigo Chafariz, construído no final do século XVI.







Seguindo pela Alameda de São João, para o lado esquerdo da ponte, encontra-se a Capela de invocação a São João, pequena de planta poligonal, mas encantadora.
Não perder uma ida à beira-rio, onde se ouve o coaxar das rãs em pleno dia!

Voltando para trás, para o lado direito (de costas para a ponte), pelo Passeio 25 de Abril, observamos a Torre de São Paulo com bonitos azulejos e alguns panos de Muralha.




Depois, nesta mesma rua, situa-se a Igreja da Misericórdia, mais visível do lado de trás. Para tal basta prosseguir em frente, voltando logo à esquerda na Rua Cardeal Saraiva. Aqui podemos apreciar a Igreja Matriz que merece uma visita e...




...defronte da mesma a entrada da Igreja da Misericórdia. Este local brinda-nos com uma panóplia de edifícios históricos, pretextos para umas fotografias não vão faltar…




Neste largo observa-se uma curiosa estátua a “Vaca das Cordas”, tradição de Ponte de Lima, já referida em postagem anterior.






Regressando à beira-rio, e continuando no Passeio 25 de Abril, vemos a Torre da Cadeia Velha e, depois, a pequenina Capela de Nossa Senhora da Penha de França, construída em 1592, para que os reclusos assistissem aos ofícios religiosos através das grades.



Entre estes dois edifícios um belo arco empedrado convida a mais umas fotografias. Este é o Arco da Porta Nova




Continuando, seguindo pelo Largo Dr. António Magalhães, observa-se a arquitectura peculiar do Mercado Municipal. Seguindo em frente, atravessando a rua General Norton de Matos, no topo desta mesma rua aprecia-se a Casa dos Calistos, casa brasonada do séc XVIII.






Subindo pela Rua da Lapa, passa-se pela Capela da Lapa.




Depois, surge a Avenida António Feijó, descendo, depois, em direcção ao rio, encontramos a Villa Belmira e o Monumento a António Feijó, com um belo poema retirado da “Ilha dos Amores”





Daqui avistam-se os Paços do Concelho com a sua bonita escadaria dupla.






Não muito longe daqui, do outro lado da Avenida, na Rua Dr. Cândido da Cruz, em direcção à rua Agostinho José Taveira, situa-se o Paço do Marquês, ou Paço do Alcaide que alberga, nas traseiras, o Posto de Turismo. A sua fachada, bem preservada, encanta-nos com a beleza da sua arquitectura composta, na fachada por 3 janelas manuelinas.




Voltando para trás, passando defronte aos Paços do Concelho, um edifício em ruínas chama a atenção, é a Casa Torreada dos Barbosa Aranha que, na sua arquitectura, mistura as influências da arquitectura românica e neogótica.



Seguindo rua acima, enveredamos pela rua que nos leva à Capela das Pereiras e ficamos com um bonito e interresante roteiro do centro histórico de Ponte de Lima.

19 maio, 2009

Em preparação...

... para um grande Fim de Semana!!

Encontro de Coleccionadores 30 e 31 de Maio - Batalha

Os Coleccionadores da Batalha estarão presentes no dia 30 de Maio, no Pavilhão Multiusos da Batalha, no XXI Encontro Nacional de Coleccionadores da Batalha e no dia seguinte, decorrerá o II Encontro Nacional de Coleccionadores de Pacotes de Açúcar a não perder!


P.S.: Decorrerá em paralelo a FIABA, Feira de Artesanato e Gastronomia da Batalha, que se realiza no Largo Cónego Simões Inácio.

15 maio, 2009

"A Vaca das Cordas"


A Vaca das
Cordas

Escrito por Miguel Roque dos Reys Lemos, CONDE D'AURORA

"Sendo, em verdade, um espectáculo burlesco e brutal, era todavia muito apreciado pelos xx, que o mantinham e respeitavam como usança venerada e divertimento público gratuito, de que se não queriam privados.

Pela três para as quatro horas da tarde, prendia-se ao gradeamento de ferro da janela da torre dos sinos da Igreja Matriz uma vaca mansa, destinada ao talho, e o pacífico animal ficava ali, até às seis horas aproximadamente, exposto ao arbítrio dos transeunte e do rapazio inquieto e malfazejo, que, por prazer, procuravam mortifica-lo e embravece-lo com aguilhoadas e bastonadas, no meio de vozearia e assobios, no meio de apupos e ditérios, não raro imorais. Deleite para os espectadores estímulo para as alegrias e risadas uníssonas.

Ordinariamente às seis horas, prazo determinado pelo Senado ou só pelo Presidente, apareciam dois moleiros dos obrigados e ultimamente os remunerados executores das sortes do estilo, que, munidos de cordas, de uns nove a dez metros pelo menos, as enlaçam nas pontas do animal actor e delas se serviam como de guias ou leme da corrida.

A vaca,
desprendida seguidamente do gradeamento de ferro, era guiada em roda da Igreja, que volteava três vezes a trote e pesado galope, sempre aguilhoada e sempre apupada.
E o povo a correr, a correr, uns atrás dela, para a estouvarem e, simultaneamente, não perderem um momento de gozo do espectáculo; - outros na frente, procurando furta-se ao atropelamento; as portas das casas a fecharem-se umas, a abrirem-se outras, para se isolarem momentaneamente da investida da vaca e evitarem o impulso das ondas populares, que se formavam e desfaziam pelas ruas e adro. E as famílias, apinhadas pelos peitoris e sacadas, a casarem suas alegrias ruidosas com as gargalhadas estridentes dos espectadores da praça, endoidecidos.

Findas as três voltas, os ministros da corrida arrastavam ou alavam cordas e cabo ao pobre animal, encaminhando-o para a alameda do Passeio de D. Fernando, para o vasto areal e para a ponte, em demanda dos grupos do povo expectante contra quem pudesse promover as investidas, ou pelo menos enredar com as cordas. E faziam-no com mestria atrevida.

Se o animal, embravecido,
arremetia com alguém ou fazia algum atropelamento, ou se as cordas enrodilhavam as pernas de qualquer temerário ou descuidado transeunte, proclamava-se geralmente o espectáculo de agradável e divertido; mas, não se dando nenhum desses factos, todos unanimemente o apodavam de sensabórico, concluindo com as frases sacramentais: a vaca este ano não fez figura, não prestou para nada. Ao toque da Trindade, estando tudo terminado, a vaca seguia o caminho de seu destino; a gente... cada mocho para seu buraco.

A vereação de 1881 suspendeu
e pôs termo a esta velhíssima usança; mas, nesse mesmo ano, houve um particular que, embirrando com usos, costumes, leis e moças novas, obtidas a prévia licença camarária, pôs cena pública, à sua custa, a mesmíssima corrida. E foi-se de uma vez o espectáculo".

"Corriam-se vacas ou toiros? Vacas e toiros, claro.
Os homens da vila não quiseram deixar perder esse costume, essa tradição de séculos. O nosso concelho (como todos os outros) era obrigado por alvarás régios do século XIII a celebrar o dia de Corpus Christi. As nossas autoridades corriam então toiros para abrilhantar a festa.
Nos meados do século XX,
esse costume desapareceu por um período de dezasseis anos. Os homens XX ficaram desapontados. Mas apareceram dois grandes aficionados da «vaca das cordas», da tourada à corda: Alcindo do Vale Dantas e José da Silva Lima.
Esses dois homens fizeram reviver o orgulho municipal,
retomaram a tradição da vaca das cordas, isto é, da tourada à corda. Foram assim ao encontro da gente popular que sempre manifestou o mais vivo interesse pelas touradas.

No primeiro quartel do século XX, a vaca cedeu o lugar ao toiro negro e gravito, inaugurando-se a tourada à corda com foguetório.
A vila ficava pejada de gente. Vinha de todo o concelho e de outras vilas e cidades para a festa. O touro era incitado pela açougada tempestuosa que o cercava. Em
círculo: o touro no meio, símbolo de possança e afoiteza, mostrando-se ansioso e pronto para investir outra vez de frente, a direito".
Luís Dantas


Para saberem onde ocorre esta tradição tão peculiar não percam as "Cenas dos próximos episódios"!!!